UM DESENHO POR SEMANA

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Stevie Jobs e os esquimós


Em tribos esquimós, quando um membro da comunidade se tornava idoso era considerado incapaz e improdutivo. Na cultura deles os incapazes eram excluídos, eliminados do grupo. Resumindo, eram deixados em algum lugar para morrer. Hoje percebi que a nossa sociedade 2.0 não é assim tão diferente dos esquimós. pelo menos foi o que disse minha timeline.

O anúncio do afastamento de Stevie Jobs causou um sentimento tão de parada, de perda nas pessoas, que parecia que ele havia sido encontrado morto em um quarto e não apenas comunicado seu afastamento por causa de seu estado de saúde.

Sucederam-se um sem número de homenagens, de retrospectivas, capas de revistas, resenhas da vida de Jobs, como se ele houvesse acabado de falecer. Citações, exaltação de sua importância, como se tudo fosse póstumo.

Foi então que twittei "Stevie Jobs não morreu, mas para mim, os tweets que sobem, parecem me dizer que sim. #stevejobs"

E não foi só minha impressão. Outros tinham certeza que ele havia morrido. O site bluebusbr resolveu até avisar que ele não havia falecido.

As coisas são assim, no dia em que você não entrega mais o que sempre deu às pessoas é como você estivesse morto. Você não produz mais, não contribui com a sociedade, com a comunidade com a máquina. Qual éo valor de Jobs se ele não apresentar o iPad 3 ou um sistema operacional inovador, ou um tro tipo de navegação, ou um novo gadget...pra que serve o Stevie Jobs com câncer? Jobs morreu! Que descanse em paz esse grande realizador, precursor, gênio da informática e dos negócios. Preferimos ficar com sua imagem vitoriosa pois sua carcaça magra da quimioterapia de nada nos serve.

Afinal ele é parte de uma geração de empreendedores que nos deu um novo modo de viver a partir de tudo que sua empresa realizou e em troca lhe demos dinheiro e alguns até deram devoção. Agora acabou. Eras apenas nosso gadget mor, senhor Jobs. Troca feita, ficamos assim, que algum urso polar o engula,  e vamos ver o que o seu CEO pode fazer por nós.

E assim twita a humanidade.

2 comentários:

  1. Ah, a civilização. Bons hábitos, boas maneiras, educação, respeito, cordialidade... Tudo lindo e maravilhoso enquanto você é "produtivo" ou ainda, enquanto passar a impressão de ser produtivo. Quando a idade chega, os ombros pesam e as rugas aparecem, toda a sua experiência passa a segundo plano. Nossa cultura é a do jovem cheio de vitalidade - ainda que isso implique em conviver com a sua cabeça cheia de merdas, ideias distorcidas e resiliência zero.
    No século 21 ainda somos totalmente primitivos, animais até. Aquele que atrasa o bando, é deixado pra morrer. O nobre sacrifício de um, em benefício do coletivo - diria o filósofo de boteco. A verdade é que, seja no Alasca, nas metrópoles, na revoada de pássaros ou dentro das nossas empresas, o "velho" tende a ser descartado com facilidade.
    Sábio é quem disse: "A juventude é um mal que se cura com o passar dos anos". Valeu Jean, pela refelxão.

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  2. Só pra questionar: E os "velhos" que querem ser "velhos" se fazer um "velho"?? Muitos não são assim..não usam esta "oportunidade" e continuam produzindo e vivendo a sua vida com dignidade Stevie era assim ou não?? Eu acredito que ele ia pra cima da vida e a vivia independente do coletivo.

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